No fim das contas

Ou a pessoa sabe fazer conta ou não. Simples assim.
Alguns têm raciocínio rápido, quase uma calculadora mental. Sabem de cor os números primos e somam 76 + 437 com muita naturalidade. Sabem até a lógica da porcentagem! Gente assim é ideal para sentar na mesma mesa do bar. Eles conseguem conferir a conta e ainda dividir pelo número de pessoas sem tirar o celular do bolso. Essa espécie também é especialista naqueles truques importantes para o dia-a-dia, como calcular quantas cervejas comprar para o churrasco ou se é melhor fazer um ou dois pacotes de macarrão para o almoço.

Do outro lado da sociedade tem aqueles que não sabem nem calcular a própria idade. Sempre precisam de uma mãozinha para fazer contas. Literalmente: usam os dedos para fazer somas e a tática dos ossinhos das mãos para descobrir quantos dias têm no mês. Na mesma mesa de bar daqueles lá de cima, nem olham para a conta, apenas passam o cartão - rezando para não terem esquecido os números da senha e nem terem sido passados para trás. E se forem, jamais saberão. Afinal, são pessoas de boa fé, acreditam nos bancos e nas contas de telefone celular. Porque é mais fácil pagar do que somar.    

E tem as grávidas, que fazem contas em semanas! E obrigam TODOS a fazerem mini-contas mentais.
- Parabéns, está grávida! Está de quanto tempo?
- 18 semanas.
- ...
- ...
- ...
- ...
- ...
- ...
- Ah, 4 meses e meio. Parabéns.

Porque, no fim das contas, é assim. Estar grávida é viver um momento exclusivo feminino, uma fase que mostra que a mulher é realmente especial: posso gerar uma vida, alimentar um ser e sei fazer cálculos em semanas.